A maior fama da Astrologia vem da leitura de mapas natais e das consultas individuais que os profissionais desta arte realizam diariamente, tanto interpretando as configurações estruturais do mapa, quanto fazendo a leitura antecipada dos ciclos pelos quais cada um de nós passa ao longo de uma vida, as famosas previsões.

Um setor da astrologia muito interessante, e que mais recentemente começou a ser conhecido do grande público, é a chamada Astrologia Mundial ou Coletiva, ou ainda Astrologia Política (no sentido original da palavra grega polys, significando justamente a coletividade). Vamos ficar com o primeiro termo, o que mais vem se popularizando nos últimos tempos.
Uma das vertentes desse estudo ficou conhecida como Índice Cíclico, e foi elaborada por dois astrólogos franceses, Henri Gouchon e André Barbault, acabando por ficar mais conhecida como o Índice Gouchon-Barbault. Eles perceberam que quando os planetas lentos do Zodíaco ficavam muito próximos uns dos outros no seu caminhar pelo Zodíaco, a humanidade passava por períodos de crise, de estresse.
Estamos nos referindo a Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão, os chamados “Planetas Sociais” (Júpiter e Saturno) e os “Planetas Geracionais” (Urano, Netuno e Plutão). Como o caminhar deles pelo Zodíaco é muito lento, o reflexo desse caminhar pelo céu acaba por produzir resultados que são sentidos pela coletividade como um todo.
Richard Tarnas, um psicólogo, astrólogo e historiador que viveu o auge das transformações que aconteceram durante a década de 1960 e conviveu com figuras da estatura de um Alan Watts, um Stanislav Grof na lendária escola de Esalem na Califórnia, foi quem concebeu esse documentário sensacional chamado “The Changing of the Gods”.
Ele se dedicou principalmente a acompanhar a trajetória de Urano, Netuno e Plutão pelo céu e observar os efeitos destes trânsitos planetários sobre as populações de diversas regiões do planeta. Um dos momentos mais marcantes e significativos se deu justamente na década de 1960, quando houve o encontro (a conjunção) de Urano e Plutão no signo de Virgem, que abrangeu praticamente toda a década mais turbulenta da história recente da humanidade.
Certamente todos se lembram da emblemática peça musical Hair, do movimento Beatnik, do movimento Hippie, do movimento dos Direitos Civis norte-americano, dos protestos dos estudantes de maio de 1968 em Paris, e de tantos outros acontecimentos que sacudiram o planeta durante esse período.

The Changing of the Gods faz uma síntese impecável de todos esses eventos, associando as posições planetárias aos acontecimentos marcantes mencionados. Até no seu aspecto gráfico o DOC é extremamente didático: uma barra horizontal na parte de baixo do vídeo vai nomeando os aspectos dos planetas em sequência, enquanto as imagens mostram as grandes passeatas e protestos que aconteciam a cada nova configuração astrológica que se formava.

Ninguém precisa ser especialista em astrologia para entender a dinâmica apresentada na tela: o aspecto mais importante é a angulação entre os planetas que é exibida na parte de baixo do vídeo, e a associação com os eventos coletivos é tão evidente e flagrante que qualquer pessoa que se interesse pelos destinos do nosso planeta poderá compreender a correspondência entre os eventos do céu e os acontecimentos na Terra. Essa é a essência do conhecimento astrológico, que Richard Tarnas expõe de forma tão cristalina e compreensível em The Changing of the Gods.
Imperdível!
Por Waldemar Falcão






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